terça-feira, 11 de março de 2014

08/01/14
O Anticristo Superstar renasce (Kerrang!)
 Você voltará para o Reino Unido neste ano para o Alt-Fest - um festival onde o lineup é votado pelos fãs. O que você tem a dizer sobre ser o escolhido como o headliner de Sábado?
Bem, eu diria, "Vocês estão certos." Eles escolheram, eu estarei lá. Um milhão de fãs gritando não podem estar errados.
Você já pensou em como irá marcar a ocasião?
Vai ser bem diferente de tudo que fiz antes. Quero fazer algo que me faça repensar, do mesmo modo de quando fiz meu primeiro show. Fiz um flyer, não tinha nenhuma música escrita e pensei, "O que vou fazer agora?" Estou animado para ver como vai ser. Quero dar às pessoas o que elas querem, embora tenha uma diferença entre ser um chef e um garçom. Mas não sou daquelas pessoas que vai em um show e senta através de várias músicas novas de um disco novo que o artista está entusiasmado."
Falando nisso, você tem trabalhado em algo novo?
Estou em um modo muito produtivo e estou bastante ocupado com música e filmes e arte e tentando lembrar de foder com tudo. As pessoas começam a ficar sérias quando você faz mais de dois discos em seu tempo. Eu tenho um senso de humor sobre mim, obviamente não significa que não leve o que eu faço a sério, mas você não consegue me imaginar não tendo algum senso de humor sabendo que, de alguma forma, esse é um gigante trote no mundo. E estou gostando de me safar com isso.
O que você pode nos contar sobre a música que você está trabalhando?
Há um corpo de trabalho considerável que estou no processo de completar. É bem cinemático, o caipira em mim sai na minha voz e tem alguma coisa de blues antigo com elementos bem hard. Eu quero reter o que eu penso ser bom sobre o passado, que música eu fiz e quem eu sou. Não é sobre ficar puto com o mundo - é sobre fazer alguém perceber que tem que foder com tudo. Se não há o caos, as coisas ficam lineares. Sempre há de ter alguém que arruine o plano de jogo que outra pessoa tem.
Esse é o seu trabalho? Você acha que o mundo está calmo demais no momento?
É apenas previsível demais. Gosto de enlouquecer, gosto de ser imprevisível. Gosto de fazer as pessoas se preocuparem sobre o pior acontecer quando vou a um restaurante ou cinema. Eles sempre dizem, "Merda, como ele vai arruinar isso?" E então eu apareço calmamente e faço meu trabalho direito, mas na esperança de que toda a perspectiva te deu a ideia oposta.
Você mencionou que esteve trabalhando em alguns projetos de filmes também...
Absolutamente. Estive trabalhando com o Roger Avary, o diretor e roteirista em um documentário bastante surrealista sobre mim. Não é nada tipo reality show - não é ficar me seguindo, nem nada. Eu fui à première de um filme chamado Wrong Cops, que faço uma pequena participação, é um filme hilário. Estou ansioso para começar meu aguardado filme Phantasmagoria, também. Fui inspirado pelo Roger, que está envolvido em grandes roteiros, como o Pulp FictionTrue Romance e The Rules of Attraction. Eu ia dirigir e atuar nele, mas o Roger vê algo nele que eu não, então vou deixá-lo fazer. E mais, outro dia eu chorei vendo a season finale de Sons of Anarchy. No dia seguinte recebi uma ligação do cara que criou a série e vou encontrar com ele e falar sobre a próxima temporada.
Acima de tudo isso, 2014 também marcará 20 anos desde que seu disco de estreia saiu.
Isso é o que você diz. Como eu sei que é verdade? E se eu não acreditar em calendários?
Bem, é, ok... Não vamos nos aprofundar nisso, né? Qual sua visão do passado e onde você quer estar a seguir?
Em todos os lugares. Há uma grande diferença entre alguém que não tem nada a perder e alguém que tem tudo a ganhar. Quando eu comecei, eu tinha tudo a ganhar, mas não é a mesma coisa de alguém que está pouco se fodendo. Sabe, qualquer um talvez diga, "Eu estou pouco me fodendo com o quê as pessoas pensam." Essa é uma versão bem desviada do que eu acredito, que é a declaração que deve ser usada - "Não vou ser controlado pelo que as pessoas pensam." Eu me importo em colocar meus pensamentos de uma certa maneira, mas as pessoas vão pensar sobre eles da forma que quiserem. Se eu deixo isso me controlar, eu mudaria como faço as coisas. Não estou procurando acabar com o mundo, estou apenas procurando fazer com que seja mais interessante.
O quanto você mudou nos últimos 20 anos?
É difícil para mim resistir à cósmica resposta de, "meu pau ficou maior." Não cresci muito, mas aprendi a descobrir como não repetir as coisas que você considera como erros. Você não pode ter arrependimentos, ou mudar o passado. Você não pode necessariamente mudar o presente, mas você pode mudar seu próprio futuro a um certo grau. Eu poderia potencialmente mudar o mundo, mas eu talvez não queira trocar minha cueca.
Com qual erro você mais aprendeu?
Tudo pode ser construido como um erro, dependendo de como você olha para tal. Eu não quero fazer coisas que me impeçam de ser tão feliz quanto eu poderia ser, ou que machuque as pessoas com quem me importo. Não quero fazer coisas que são menos do que sou capaz, e não quero fazer coisas que não quero. A vida é muito curta.

Fonte: http://www.marilynmanson.com.br/entrevistas.php?id=97

Nenhum comentário:

Postar um comentário